quarta-feira, 13 de julho de 2011

Os contos de fadas contribuindo no processo terapêutico



 Os contos de fadas contribuindo no processo terapêutico de pacientes em sofrimento psíquico
A necessidade de compreender o processo psicodinâmico de pacientes que apresentam transtornos mentais e estão em tratamento psiquiátrico fez com que a busca por recursos teóricos me levasse a conhecer a Arteterapia na abordagem junguiana. A partir desse conhecimento passei a compreender a arte como fator interativo e curativo no processo terapêutico desses pacientes.
Jung (1999) considera o valor de técnicas expressivas como elemento propiciado do resgate do sentido de viver. Pois através de uma imagem criada o sujeito vê-se diante da circunstancia de traduzir o indizível em formas visíveis.
Como educadora sempre acreditei na arte como forma de favorecer a criatividade e o desenvolvimento do ser humano. Portanto, a arte sempre esteve presente na minha vida, tanto na educação como recurso pedagógico quanto na plasticidade e equilíbrio psíquico que ela proporciona


“Quanto mais profundamente penetramos nas camadas do inconsciente mais próximo do inconsciente coletivo estaremos. Abre-se então um mundo de imagens que brotam da memória que herdamos da vida de nossos antepassados. Tais imagens precisam ser moldadas individualmente por cada ser humano, mas uma vez que, de maneira geral elas se opõem à mente consciente não podendo ser traduzidas diretamente para o nosso mundo, necessitam de uma mediação para fazer a ponte entre a consciência e o inconsciente’’ (Jung, apud Grimberg, 2005, p.192).

       Os contos de fadas são terapêuticos quando possibilitam ao paciente a busca de imagens contidas no inconsciente. Uma vez que elas não podem ser traduzidas diretamente para o nosso mundo, ao serem moldadas e transformadas através da expressão artística, abre-se um mundo de possibilidades que favorecem a reorganização dos pensamentos.
Segundo von Franz (2005), os contos de fada expressam de maneira pura e simples os processos psíquicos do inconsciente coletivo. Os mesmos teores contidos nos diversos contos de fada permitem que eles tenham as mesmas correntes circulares, assim as imagens herdadas dos antepassados ganham forma ao serem moldadas de acordo com cada história de vida da pessoa.
A riqueza com que se apresentam os contos de fada, nos remetendo à linha do tempo, nos leva a descobrir valores e forças que havíamos esquecido pelas circunstâncias do dia a dia, da mesmice e da rotina.

domingo, 10 de julho de 2011

Os doze passos na dependência química


A E CARL GUSTAV JUNG

“O VALOR DA VIDA”

To William Griffith Wilson
Alcoholics Anonymous
EUA
30.01.1961


Der Mr. Wilson,                                                                                           
Sua carta foi muito bem vinda. Nunca mais tive noticias de Roland H. e às vezes me pergunto como ele estaria passando. Minha conversa com ele, que corretamente lhe contou, teve um aspecto que ele não conhecia. A razão foi que eu não podia dizer-lhe tudo. Naquele tempo eu tinha que ser extremamente cauteloso em tudo que dizia. Descobri que eu era mal interpretado em todos os sentidos. Por isso fui muito cauteloso ao falar com Roland H. Mas o que realmente levei em consideração foi o resultado de muitas experiências com homens de seu tipo.
Sua ansiedade por álcool corresponde, num nível mais baixo, à sede espiritual do ser humano pela totalidade, expressa em linguagem medieval: a união com Deus.
Como formular semelhante entendimento numa linguagem que não fosse mal interpretada hoje?
O único caminho correto e legítimo para tal experiência é que ela nos acontece realmente, e só pode acontecer-nos quando caminhamos numa trilha que nos leva a uma compreensão mais elevada. Podemos ser levados a este objetivo por um ato da graça e por meio de um contato pessoal e honesto com amigos ou através de uma educação superior da mente, além dos limites do mero racionalismo. Vejo por sua carta que Roland H. escolheu o segundo caminho que foi, sob as devidas circunstâncias, obviamente o melhor.
Estou fortemente convencido de que o princípio do mal que prevalece neste mundo leva a necessidade espiritual não reconhecida à perdição, se não contar com a contra-reação de uma atitude verdadeiramente religiosa ou com a parede protetora da comunidade humana. Uma pessoa comum, não protegida por uma ação do alto e isolada da sociedade, não pode resistir ao poder do mal, que é chamado apropriadamente de demônio. Mas o uso de tais palavras faz surgir tantos erros que é melhor manter-se longe delas ao máximo.
Eis as razões por que não pude dar a Roland H. a explicação cabal e suficiente. Mas ao senhor eu confio porque concluo de sua carta, muito decente e honesta, que o senhor formou uma opinião sobre os chavões errôneos que se ouvem sobre o alcoolismo.
Veja o senhor: álcool em latim é spiritus, a mesma palavra para a experiência religiosa mais elevada e também para o veneno mais prejudicial. A fórmula benéfica é pois: spiritus contra spiritum.
Agradeço novamente sua gentil carta.
I remain
Yours sincerel,
C. C. Jung 

William Griffith Wilson, 1896-1971, foi um dos fundadores da associação, originalmente americana, e depois mundial, dos “alcoólicos anônimos” (AA). A fundação ocorreu em 1934. Sua carta a Jung (23.01.1961) e a resposta acima foram publicadas na revista mensal AA Grapevine. The International Monthly Journal of Alcoholics Anonymous, em janeiro de 1963 e novamente em janeiro de 1968. Em sua carta, Mr. Wilson mencionou o caso do alcoólico Roland H., que foi analisado por Jung e cuja cura contribuiu para a fundação da associação: após tentativas frustradas de cura, a análise de um ano e levou uma cura momentânea. Após um ano, Roland H. recaiu e procurou Jung de novo (1931). Este lhe explicou a inutilidade de um tratamento psiquiátrico no seu caso; somente uma experiência religiosa ou espiritual poderia livra-lo de sua situação desesperadora. A observação de Jung, feita com cautela, revelou-se correta. Após uma “conversion experience” no seio da “Oxford Group” Roland H. ficou definitivamente curado.  Através de um amigo comum curado da mesma maneira, o destinatário soube disso e teve ele mesmo uma experiência religiosa curadora bem como a visão de um grupo de alcoólicos que contavam suas experiências espirituais uns aos outros. Isto levou à fundação da “Society of Alcoholics Anonymous”. Depois da morte do destinatário descobriu-se o seu verdadeiro nome; Em vida era conhecido apenas como “Bill W.”.
Cartas. Volume III.  Carl Gustav Jung.  Ed. Vozes.


OS DOZE PASSOS DO NA

1) ADMITIMOS QUE ÉRAMOS IMPOTENTES PERANTE NOSSA ADICÇÃO, QUE NOSSAS VIDAS TINHAM SE TORNADO INCONTROLÁVEIS.

2O ) VIEMOS A ACREDITAR QUE UM PODER MAIOR DO QUE NÓS PODERIA DEVOLVER-NOS À SANIDADE.

3) DECIDIMOS ENTREGAR NOSSA VONTADE E NOSSAS VIDAS AOS CUIDADOS DEDEUS, DA MANEIRA COMO NÓS O COMPREENDÍAMOS.

4) FIZEMOS UM PROFUNDO INVENTÁRIO MORAL DE NÓS MESMOS.

5) ADMITIMOS A DEUS, A NÓS MESMOS E A OUTRO SER HUMANO A NATUREZA EXATA DAS NOSSAS FALHAS.

6) PRONTIFICAMO-NOS INTEIRAMENTE A DEIXAR QUE DEUS REMOVESSE TODOS ESSES DEFEITOS DE CARÁTER.

7) HUMILDEMENTE PEDIMOS A ELE QUE REMOVESSE NOSSOS DEFEITOS.

8) FIZEMOS UMA LISTA DE TODAS AS PESSOAS QUE TÍNHAMOS PREJUDICADO, E DISPUSEMO-NOS A FAZER REPARAÇÕES A TODAS ELAS.

9) FIZEMOS REPARAÇÕES DIRETAS A TAIS PESSOAS, SEMPRE QUE POSSÍVEL, EXCETO QUANDO FAZÊ-LO PUDESSE PREJUDICÁ-LAS OU A OUTRAS.

10) CONTINUAMOS FAZENDO O INVENTÁRIO PESSOAL E, QUANDO ESTÁVAMOS ERRADOS, NÓS O ADMITÍAMOS PRONTAMENTE.

11O ) PROCURAMOS, ATRAVÉS DE PRECE E MEDITAÇÃO, MELHORAR NOSSO CONTATO CONSCIENTE COM DEUS, DA MANEIRA COMO NÓS O COMPREENDÍAMOS, ROGANDO APENAS O CONHECIMENTO DA SUA VONTADE EM RELAÇÃO A NÓS, E O PODER DE REALIZAR ESTA VONTADE.

12) TENDO EXPERIMENTADO UM DESPERTAR ESPIRITUAL, COMO RESULTADO DESTES PASSOS, PROCURAMOS LEVAR ESTA MENSAGEM A OUTROS ADICTOS, E PRATICAR ESTES PRINCÍPIOS EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES.

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sábado, 9 de julho de 2011

Reorganizando o Caos

Ordenando o Caos Interior

O Rouxinol do Imperador

Nossa história aconteceu a muitos anos, numa terra distante governada por um Imperador. Ele morava um palácio luxuoso, com paredes e tetos de porcelana ricamente decorados com fios de ouro e prata rodeados por um imenso jardim, onde centenas de jardineiros cuidavam das mais lindas flores.
Os nobres da corte nunca se afastavam da corte, por isso não conheciam a grande floresta onde vivia o Rouxinol.
Só as pessoas do povo conheciam a beleza do canto do pássaro.
Certo dia, um viajante inglês foi conhecer o palácio de porcelana e ouviu falar do Rouxinol. Ele foi à floresta para ouvi-lo. Ficou fascinado, e resolveu escrever sobre o pássaro do canto maravilhoso em seu livro de viagens.
O imperador era muito vaidoso e adorava ler sobre o escreviam sobre seu império. Assim que o livro foi publicado ele mandou comprar um exemplar.
Ao ler a noticia ficou indignado, pois o inglês dizia: que o palácio era o mais boniito  do mundo, porem o canto do Rouxinol da floresta era a maior maravilha daquele império.
O imperador mandou chamar o primeiro ministro e ordenou que o pássaro fosse trazido imediatamente à sua presença.
O ministro correu a corte a procura de alguém que soubesse onde morava o tal pássaro. Ninguém nunca tinha ouvido falar do Rouxinol e o ministro voltou a presença do imperador para dizer que o tal pássaro não existia, ao ouvir a conversa uma criada disse que todas as noites quando levava o jantar para sua avó, parava em baixo de uma arvore para ouvir o canto maravilhoso do Rouxinol.
O imperador mandou a criada junto com o ministro convidar o Rouxinol para ir cantar no palácio.
O palácio foi arrumado para a festa, no imenso salão havia um poleiro cravejado de rubis para o Rouxinol pousar.
Quando o primeiro-ministro chegou com o passarinho cinzento o Imperador ficou espantado, mas o Rouxinol começou a cantar tão lindo que , ao terminar todos estavam com lagrimas nos olhos.
O Imperador convidou o Rouxinol para morar no palácio,mas o Rouxinol disse que seu lugar era na floresta, cantando para quem passasse, mas prometeu ao Imperador ir ao palácio cantar para ele todos os dias.o
O Imperador era ambicioso e sempre reclamava que o rouxinol cantava para todo mundo, ele queria exclusividade, foi então que o ministro teve a idéia de mandar fazer um pássaro de ouro idêntico ao Rouxinol, contratou os melhores músicos que conseguiram imitar o canto do Rouxinol, o ministro então apresentou ao Imperador o pássaro de ouro com o canto igual do Rouxinol, dizendo que esse pássaro cantaria na hora que ele quisesse.  Naquela noite quando o Rouxinol veio cantar, o ministro o impediu dizendo que o Imperador não queria mais ouvi-lo, e quem ouvisse seu canto seria condenado a forca, o ministro disse ao Imperador que o Rouxinol da floresta havia ido embora sem nem dizer adeus.
O tempo passou, e todo o palácio acabou esquecendo o verdadeiro Rouxinol, alguns anos depois, ninguém achava graça no Rouxinol de ouro, ate que a maquina e enferrujou e o pássaro parou de cantar de vez.
O imperador ficou muito triste, adoecendo gravemente, sem conseguir sair do leito.
A verdade é que ele sentia saudades do verdadeiro Rouxinol da floresta, que morreria em breve e queria ouvir pela ultima vez o canto do Rouxinol,  o ministro lhe disse que o pássaro tinha morrido e o Imperador respondeu que então ele o escutaria cantar no céu.
Numa noite, sozinho em quarto o Imperador agonizava, quando a morte apareceu dizendo ter vindo buscá-lo. O Imperador perguntou pra morte se ela tinha levado um Rouxinol cinzento cujo canto era a maior maravilha do Império,a morte respondeu que a hora do Rouxinol ainda não havia chegado, o Imperador descobriu as mentiras do ministro, nesse momento o Rouxinol pousou na janela e disse que soube da sua doença e veio visita-lo, assim esclareceram todas as mentiras do ministro.
O Rouxinol começou a cantar, a morte apaixonou-se pelo seu canto, a morte afastou-se aos poucos da cama do Imperador, e a canção a fez sentir saudades de seu jardim, ela esqueceu do imperador e foi embora em forma de nuvem negra e fria. O Imperador estava salvo.
No dia seguinte o Imperador pediu ao Rouxinol que desse um castigo ao ministro, o Rouxinol ordenou que o ministro vivesse o resto da vida como um simples pescador.
O ministro achou que esse era o pior castigo de sua vida , mas depois de alguns anos descobriu que viver com simplicidade, em contato com a natureza, tinha sido o melhor presente, principalmente porque podia apreciar  a natureza e o belo canto do Rouxinol da floresta...


Segundo Dieckmann (1996) o conto de fada sempre quer dizer alguma coisa ao homem, ele deve tocar a alma, captar a mensagem e por em movimento os processos que só podem ser expressos através dessas imagens.  Diz ainda que mesmo sem interpretação determinada o conto de fada nos fala e nos mostra as angustias existentes em determinados momentos, assim o conto desenvolve sua ação também no inconsciente humano e a ação se aprofunda e se fortalece.
Ordenando o Caos Interior

O Rouxinol do Imperador

Nossa história aconteceu a muitos anos, numa terra distante governada por um Imperador. Ele morava um palácio luxuoso, com paredes e tetos de porcelana ricamente decorados com fios de ouro e prata rodeados por um imenso jardim, onde centenas de jardineiros cuidavam das mais lindas flores.
Os nobres da corte nunca se afastavam da corte, por isso não conheciam a grande floresta onde vivia o Rouxinol.
Só as pessoas do povo conheciam a beleza do canto do pássaro.
Certo dia, um viajante inglês foi conhecer o palácio de porcelana e ouviu falar do Rouxinol. Ele foi à floresta para ouvi-lo. Ficou fascinado, e resolveu escrever sobre o pássaro do canto maravilhoso em seu livro de viagens.
O imperador era muito vaidoso e adorava ler sobre o escreviam sobre seu império. Assim que o livro foi publicado ele mandou comprar um exemplar.
Ao ler a noticia ficou indignado, pois o inglês dizia: que o palácio era o mais boniito  do mundo, porem o canto do Rouxinol da floresta era a maior maravilha daquele império.
O imperador mandou chamar o primeiro ministro e ordenou que o pássaro fosse trazido imediatamente à sua presença.
O ministro correu a corte a procura de alguém que soubesse onde morava o tal pássaro. Ninguém nunca tinha ouvido falar do Rouxinol e o ministro voltou a presença do imperador para dizer que o tal pássaro não existia, ao ouvir a conversa uma criada disse que todas as noites quando levava o jantar para sua avó, parava em baixo de uma arvore para ouvir o canto maravilhoso do Rouxinol.
O imperador mandou a criada junto com o ministro convidar o Rouxinol para ir cantar no palácio.
O palácio foi arrumado para a festa, no imenso salão havia um poleiro cravejado de rubis para o Rouxinol pousar.
Quando o primeiro-ministro chegou com o passarinho cinzento o Imperador ficou espantado, mas o Rouxinol começou a cantar tão lindo que , ao terminar todos estavam com lagrimas nos olhos.
O Imperador convidou o Rouxinol para morar no palácio,mas o Rouxinol disse que seu lugar era na floresta, cantando para quem passasse, mas prometeu ao Imperador ir ao palácio cantar para ele todos os dias.o
O Imperador era ambicioso e sempre reclamava que o rouxinol cantava para todo mundo, ele queria exclusividade, foi então que o ministro teve a idéia de mandar fazer um pássaro de ouro idêntico ao Rouxinol, contratou os melhores músicos que conseguiram imitar o canto do Rouxinol, o ministro então apresentou ao Imperador o pássaro de ouro com o canto igual do Rouxinol, dizendo que esse pássaro cantaria na hora que ele quisesse.  Naquela noite quando o Rouxinol veio cantar, o ministro o impediu dizendo que o Imperador não queria mais ouvi-lo, e quem ouvisse seu canto seria condenado a forca, o ministro disse ao Imperador que o Rouxinol da floresta havia ido embora sem nem dizer adeus.
O tempo passou, e todo o palácio acabou esquecendo o verdadeiro Rouxinol, alguns anos depois, ninguém achava graça no Rouxinol de ouro, ate que a maquina e enferrujou e o pássaro parou de cantar de vez.
O imperador ficou muito triste, adoecendo gravemente, sem conseguir sair do leito.
A verdade é que ele sentia saudades do verdadeiro Rouxinol da floresta, que morreria em breve e queria ouvir pela ultima vez o canto do Rouxinol,  o ministro lhe disse que o pássaro tinha morrido e o Imperador respondeu que então ele o escutaria cantar no céu.
Numa noite, sozinho em quarto o Imperador agonizava, quando a morte apareceu dizendo ter vindo buscá-lo. O Imperador perguntou pra morte se ela tinha levado um Rouxinol cinzento cujo canto era a maior maravilha do Império,a morte respondeu que a hora do Rouxinol ainda não havia chegado, o Imperador descobriu as mentiras do ministro, nesse momento o Rouxinol pousou na janela e disse que soube da sua doença e veio visita-lo, assim esclareceram todas as mentiras do ministro.
O Rouxinol começou a cantar, a morte apaixonou-se pelo seu canto, a morte afastou-se aos poucos da cama do Imperador, e a canção a fez sentir saudades de seu jardim, ela esqueceu do imperador e foi embora em forma de nuvem negra e fria. O Imperador estava salvo.
No dia seguinte o Imperador pediu ao Rouxinol que desse um castigo ao ministro, o Rouxinol ordenou que o ministro vivesse o resto da vida como um simples pescador.
O ministro achou que esse era o pior castigo de sua vida , mas depois de alguns anos descobriu que viver com simplicidade, em contato com a natureza, tinha sido o melhor presente, principalmente porque podia apreciar  a natureza e o belo canto do Rouxinol da floresta...


Segundo Dieckmann (1996) o conto de fada sempre quer dizer alguma coisa ao homem, ele deve tocar a alma, captar a mensagem e por em movimento os processos que só podem ser expressos através dessas imagens.  Diz ainda que mesmo sem interpretação determinada o conto de fada nos fala e nos mostra as angustias existentes em determinados momentos, assim o conto desenvolve sua ação também no inconsciente humano e a ação se aprofunda e se fortalece.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Trabalhando com contos

 Conto Canadense
O Filho do sol

havia em uma ilha na costa canadense um casal de pescadores que não podiam ter filhos.
Um dia  a mulher do pescador estava deitada na areia olhando para o céu e viu um bando de gaivotas cruzar o céu, ela olhou e disse : até as gaivotas tem filhotes como eu queria ter um também,Uma das gaivotas  disse, vai dar uma olhada nas conchas mulher.
Ela levantou-se e foi até o mar ouviu um choro de criança que vinha de uma enorme concha, era um  menino, ela levou o menino para casa  , seu marido ficou tao feliz quanto ela, pois agora eles teriam companhia.
o menino foi crescendo e sua pele foi ficando avermelhada, mas ninguém ousava comentar o fato.Um dia o mar estava bravio e a comida estava acabando, o filho do pescador disse: pai temos que ir pescar ja não tempos mais o que comer, o pai alertou o filho dos perigos da tempestade, mas o filho insistiu, diante da segurança do filho e da falta de alimentos o pai cedeu e os dois lançaram- se ao mar,. quanto o espirito da tempestade percebeu que os dois o desafiavam lançou sobre eles sua ira, mas ao aproximar do barco e ver a segurança do  moço , partiu em retirada, o nevoeiro também lançou-se  sobre eles com tamanha intensidade mas ao ver a serenidade do filho do pescador bateu retirada, assim os dois lançaram as redes e logo o barco estava repleto de peixes, o pai então disse ao filho, que estranha força vc tem filho, mas o rapaz desconversou.
Dias mais tarde os dois saíram para caçar, de uma das aves o rapaz tirou as penas e amarrou-as nos braços, e começou a voar , o pai ficou perplexo, então o filho disse, vc conheceu minha força pai eu sou o  filho sol e agora preciso partir,mas não fiquem tristes eu sou a cor vermelha que tinge o céu, quando sentirem saudades é olhar para o céu , assim todas as tardes o casal iam até a praia olhavam para o céu e diziam : como é belo nosso filho. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Reorganizando o cãos com mandalas de frutas





“A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietude. Viver no 
mundo é movimento, atividade, dança. Nossa vida é um dançar 
constante ao redor do centro, um incessante circundar o Uno invisível 
ao qual nós – tal como o círculo – devemos nossa existência. Viemos 
do ponto central – ainda que não o possamos perceber – e temos 
saudades dele. O círculo não pode esquecer sua origem – também 
sentimos saudades do paraíso. Fazemos tudo o que fazemos porque 
estamos à procura do centro, do nosso centro, ” (Thorwald 
Dethlefsen, 1984.)

Carl Gustav Jung, trabalhando com a psicologia analítica, 
observou a criação espontânea de mandalas em seus pacientes 
e dizia que estas ocorrem no momento de re-integração da 
psique, sendo conseqüência do fim dos tempos de desequilíbrio 
de seus pacientes. 
Jung afirma que a mandala contém símbolos de grupos 
opostos ao redor do núcleo central, e suas estruturas e desenhos 
expressam a vida projetiva do mundo externo e interno da psique 
humana.

Jung afirma que, quando o self encontra expressão nesses 
desenhos, o inconsciente reage reforçando uma atitude de 
direção à vida. Ao trabalharmos com mandalas, podemos 
vivenciar momentos de clareza em que os opostos se equilibram 
na consciência, e experienciar uma realidade harmoniosa,  paz e 
significado.




terça-feira, 5 de julho de 2011

contando historias entre fios

                                               

Poema Colcha de retalhos

                                                                                    
Recordar é sempre uma viagem
Para longe ou para perto
Não se sabe o que foi errado
Nem o que foi certo


Cada corte, cada costura
Lembram-me uma bela frase que diz
Seja forte, tenha postura
Escrita no quadro negro com giz


Sou memória, sou passado
Sou um pequeno aprendiz
Cada retalho significa
Que em algum momento, fui e sou feliz


A agulha procura desesperadamente pela linha
Que insiste em dizer que pode tecer sozinha
Assim como eu procuro desesperadamente me encontrar
Na beira do rio, à luz do luar


Vou tecendo bem devagar
Vou costurando sem parar
Minha colcha não é linear
Mas vou conseguindo me achar


Tecendo, tecendo, vou caminhando
Caminhando contra ou a favor do vento e do tempo
Profundas memórias restarão em mim
Que me seguirão até o fim.
 Autora  Cíntia Cabral 
  

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Trabalhando com contos e colagens

Conto da Mitologia Grega

Eros e Psiquê

Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.
 
Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente. O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha.
 
Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos.
 
Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale. Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes.
 
Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz. Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou.
 
Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.
 
Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.
 
Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.
 
Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal.
 
Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus.
 
Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.
 
Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs.
 
A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.
 
Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o. Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo: - "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita.
 
" Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.
 
Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.
 
Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra, dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto.
 
Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe: - "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece.
 
" Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte.
 
Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão.
 
Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada.
 
Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água. Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa.
 
Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa.
 
Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo.
 
A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a: - "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais.
 
" Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou.
 
Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a. Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa. Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique.
 
Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer).
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domingo, 3 de julho de 2011

‘’Através das linguagens artísticas, o espírito ganha corporeidade e a matéria plasticidade. O interno e o externo, o real e o imaginário, entrelaçam-se num movimento formador e transformador. Ai reside um dos principais fatores terapêuticos da arte: poder dar visibilidade às tramas que permeiam as relações e que se concretizam em comportamentos; poder, ainda, propor e criar novos paradigmas à medida que formas cristalizadas e não satisfatórias de relacionamento eu - mundo pode ser conscientizado, questionadas, revistas e transformadas através da vivencia de novas possibilidades de ser”. (Bernardo, apud, Bernardo, 2006, p.88).

Ao dar curso à imaginação, utilizando a arte como recurso terapêutico, abre-se um mundo de possibilidades que nos levam ao crescimento emocional, possibilitando uma reflexão sobre os aspectos contidos nos contos, assim cada pessoa pode se perceber como protagonista da própria historia 

Trabalhando com a percepção corporal utilizando a construção de bonecas

A necessidade da comunicação simbólica origina-se deste pressuposto, como forma de auto-conhecimento no tratamento terapêutico
Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito de conflitos pessoais, a Arte terapia propõe recursos artísticos para que sejam projetados e analisados todos esses processos, obtendo-se uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de uma libertação emocional

Arte terapia é um processo terapêutico que se serve do recurso expressivo a fim de conectar os mundos internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. Variados autores definiram a Arte terapia, todos com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. É a arte livre, unida ao processo terapêutico, que transforma a Arte terapia em uma técnica especial